segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma das mais conhecidas bandas-tributo do mundo, The Australian Pink Floyd Show, actua em Lisboa.


Sufocar os originais ?


Pode um músico rock sentir-se realizado com uma rotina profissional de tocar músicas de outros? "Sim", dizem os portugueses Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, e Tiago Santos, compositor, guitarrista dos Cool Hipnoise e radialista (na Oxigénio). "Há músicos muito bons que não têm capacidade para compor. Os grandes compositores são, normalmente, autodidactas", explica o primeiro. "Hoje em dia, quase toda a música é feita em tributo a algo do passado. A originalidade já não é um valor nuclear", acrescenta o segundo. "Sempre houve músicos a tocar músicas dos outros. É parte do que esta profissão faz...", completa Jason Sawford.

Não é, portanto, chocante, fazer vida de tocar as músicas de outros. Tanto mais que, como salienta Tozé Brito, "isso prova que as canções originais são boas, capazes de resistir ao passar das décadas". Certo. Mas não será frustrante? "É muito mais saudável do que andar pelos bares a tocar o que o povo pede. Tocar o que se gosta é sempre melhor", sentencia Zé Pedro.

No mundo da música pop, dá-se demasiada importância à composição, e de menos à interpretação. Na música ligeira, costumava ser o contrário (quase ninguém se lembra de quem escrevia as canções do Sinatra, ou do Nat King Cole). Apenas na música clássica, ambas são independentemente e igualmente estimadas. Ninguém alguma vez acusaria a Filarmónica de Berlin de ser uma "Beethoven" (and friends) Tribute Band, ou de sequer imaginar que a existência de Orquestras Filarmónicas pode matar a música clássica.

E POR AÍ, ALGUMA COISA CONTRA OS "TRIBUTOS?

Espreitem este (embora neste caso o músico seja também um bom compositor) e depois dêem-me a vossa opinião ...

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